quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

sobre os nossos limites

Li outro dia ai, acho que há dois dias mais precisamente, uma reportagem sobre uma moça em algum lugar da Ásia, redatora de uma  agência de publicidade, que morreu após 3 dias de trabalho consecutivo e exaustivo à base de muito energético. Mais ou menos isso... Fato é que ela morreu.

Fiquei pensando sobre isso um tempo... Avaliei que logicamente existe o livre arbítrio envolvido (pode ter trabalhado isso tudo, dessa forma por uma escolha), a coação (pode ter trabalhado isso tudo por ter se visto obrigada de alguma forma a cumprir alguma meta específica em menos tempo), a incapacidade de dizer não (pode ter trabalhado isso tudo por ser alguém como eu, que tem dificuldades em dizer não, em se recusar a fazer algo que vá além da capacidade ou apenas  por não querer).

A questão é que pensei também que vivemos numa cultura que valoriza muito isso, essa coisa de se superar, de "ah, porra, fui trabalhar doente, com um olho brotando na testa e uma terceira boca na nuca, mas fui". Sabem? A gente meio que se orgulha disso e chama de fraco aquele que respeita os limites do corpo, da mente, aquele que opta por ter uma noite sadia de sono, ao invés de virar a noite como a gente com 3 litros de café e uma ansiedade do tamanho do Maracanã.

Sei lá,  só pensei.

Hoje acho que to vestindo uma roupa listrada. Um pijama. Porque mentalmente eu estou em casa, deitada, respeitando meus limites mentais e físicos.

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